segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Perdas idiotas





















Hoje acordei e fui ouvir música.


Comecei a pensar em grandes nomes da música que se foram e não pude sequer vê-los ao vivo, é o caso mais forte... Renato Russo.

Um ícone na minha vida, um homem que escreveu a força dos homens tristes e que foi espelho durante toda a minha vida adulta (considerando que minha vida adulta tenha começado aos 15 anos), ele se foi e nunca o vi de frente, podendo sentir a mágica de suas palavras adentrando meus ouvidos e martelando seus ideais no meu cérebro. Chorei no dia de sua morte, perdi naquele dia uma figura que ajudou a modelar meu caráter, alguém que por suas palavras fez comigo o que mais ninguém conseguiu.

Pensei também em Cássia Eller, não que eu fosse totalmente apaixonado por sua música, mas gostava muito e fiquei pensando o quanto teria sido incrível ver aquela mulher cantar com toda aquela paixão, poucas vezes vi alguém subir ao palco com tanto amor no peito, pronto a explodir, mas infelizmente será outra performance que terei de ver apenas gravada.

Consegui ver Morrissey e U2, sou grato por isso, mas pelo Morrissey do que outra coisa, afinal ele teve a influência que Renato teve, mas voltada para meu lado depreciativo do mundo, vi a sujeira e pouco que sou cantarolando suas músicas. Já com Bono e seu grandioso U2 aprendi a ser uma pessoa melhor, que nem tudo é desgraça, que podemos com a força dos homens mudar e tomar conta um dos outros.

Enfim, o que venho concretizar é que por vezes temos de aceitar que certas coisas não aconteceram conosco, presenciar certas atrações que podem mudar nosso modo de ver as coisas. Quase que não vi o grande mestre Paulo Autran em cena, foi por pouco, sou agradecido por tê-lo visto em sua grande majestade. Preciso correr e ver Nanini, Marieta Severo, Marília Pera, antes que eu possa me arrepender, mas quando falamos de pessoas que vêm uma vez na vida e outra na morte, temos de nos acostumar com o NÃO vê-las.

Este é o caso de Madonna, que estará em breve aqui do nosso lado, do meu lado e mesmo ela sendo um marco dentro da quebra de tabus e que (sim) me ensinou a não ter vegonha do que sou e que sexo não é algo de outro mundo e que as pessoas podem ser elas mesmas, não a verei... já me acostumei com a idéia de que será mais uma coisa que passará por mim.

Não vou lutar mais contra coisas inevitáveis e tampouco me chatear com isso... assuntos aparentemente banais como este me incomodam muito, afinal para qualquer um que ler isto será uma declaração de futilidade, no entanto, para este que vos escreve, é uma declaração de quem não tem medo de dizer que muito que aprendeu e que moldou sua índole provém de um emaranhado de referências pop, não descartei nunca grandes pensadores, apenas coloco hoje em voga que estas pessoas que por vezes tem seus conteúdos desprezados podem ter muito mais do que a simples aparência.

Adeus Madonna!!!

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