segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Felicidade Não Se Compra

Hoje acordei com a sensação de que o mundo estava com um cheiro peculiar que me fez lembrar de muitas coisas.

Tudo parecia simbiótico, uma experiência transcendente, queria correr por entre arvores que não mais existem em minha vizinhança e voltar a sentir o vento que percorria meu corpo quando criança.

Quando pequeno cai muitas vezes quando corria e sempre levantava para correr mais, hoje as coisas parecem mais cuidadosas, não me arrisco a correr só para não ter o infortúnio de cair, depois que a vida fica dura não parece fácil se levantar e correr novamente, por isso acabo andando o tempo todo.

O peso das amenidades do mundo acabam por ficar cada vez mais e mais pesadas, sempre que me vejo no espelho não sinto a velhice do corpo, mas sinto minha alma inflar como se quisesse escapar pela minha boca, fugindo de algo que não consigo fugir.

O dia foi passando e os cheiros teimavam em ficar em mim.Será que a idéia de viver plenamente é se esconder no fundo da mente onde os bons dias ficaram?

Viver de passado, dizem ser o mal daqueles que temem o presente, eu vivo, então como posso temer o que tenho como obrigação que é viver, o que acontece é ser obrigado a viver algo que não estava nos seus planos há tempos atrás, mas que de alguma forma se infiltrou como um vírus no sangue, no olhar, na frieza, na doença, na falta de sorriso e na ausência de sentir a vida dentro de si.

A sensação de transe poderá ser interpretada como uma vontade de desligar o mundo que perturba e fazer um mundo próprio?

Se eu pudesse criar um mundo próprio seria tão perfeito para mim, jogaria bola com meus amigos (sou um fã de esportes), andaria de bicicleta antes de anoitecer, ficaria deitado em uma rede bebendo um grande copo de suco de abacaxi, teria tardes inteiras para jogar vídeo game, noites varadas assistindo filmes e um amor para abraçar e beijar gentilmente a face, depois os lábios e sentir e dizer o quanto é bom amar.

Tudo tem sido bom na medida do possível claro, tenho minhas alegrias, tenho minhas frustrações, mas quem não às tem. Acho que não seria vida se fosse fácil, mas não há por que as costas doerem tanto pelo peso empregado nelas em alguns dias.

Será que o caráter eleva as pessoas ou tal qualidade é escassa e pensar na índole de alguém é o mesmo que voltar a acreditar na infância como um lugar inocente?

Papai Noel voltou à moda até mesmo para os adultos?

Fantasiar é melhor do que realizar, do que ter a realidade?

Felicidade é uma sensação que poucos têm sentido de fato no presente, não que seja difícil ser feliz, mas é complicado acreditar poder ser feliz.

Como ir atrás de algo que não nos sentimos dignos de ser agraciados?

Continuo procurando uma razão para deixar o dia de hoje fugir e os cheiros saudosos me escaparem novamente por talvez "sempre", mas sei que a nostalgia é a morte dos vivos, por isso saudade vá para longe, pois tenho um futuro a caminhar, mesmo que este me triture com seus dentes afiados.

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